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16,78 €O aparelho de rádio estava ali, num lugar central da sala. À minha memória afluem os ruídos do rádio quando sintonizado em ondas curtas, com o meu pai a procurar não sei bem o quê nessas ondas. Talvez porque começara a ouvir as emissões em português da BBC desde a II Guerra Mundial, à espera de informação verdadeira sobre a realidade do nosso país. Ele nunca me conseguiu explicar a origem de ruídos e sons se ouvirem mais altos e mais baixos, vindos daquelas ondas, às vezes desaparecendo no meio de outros sons. Lembro-me, em igual época, das emissões em ondas médias, com vozes graves de locutores e muita música. Na magia da infância, procurei o dono da voz por detrás da telefonia, mas ele não estava, o que aumentou o meu fascínio e curiosidade.********************* O livro analisa um período específico da história da rádio portuguesa (1941-1968). Nessa altura, as principais estações do país eram Emissora Nacional, Rádio Clube Português, Rádio Renascença, Emissores Associados de Lisboa e Emissores do Norte Reunidos. No livro, abordam-se temas como programas, géneros radiofónicos (teatro, desporto, jornalismo, programas infantis, humor), produtores independentes, concursos (rainhas e reis da rádio), publicidade, o Centro de Preparação de Artistas da Rádio e os papéis do SNI (censura e produção de conteúdos) e da Mocidade Portuguesa, duas estruturas do Estado Novo com forte influência na formação da rádio nacional. Época de ouro da rádio, dá-se igual atenção aos seus aspetos culturais e estéticos, à mulher locutora e produtora e à produção fonográfica. "Sempre no Ar, Sempre Consigo" foi o slogan lançado por Rádio Clube Português em 1963 quando a estação passou a emitir ininterruptamente 24 horas por dia.